EM TOM DE PREFÁCIO [OS OLHOS DE OLGA]
PAULO GUERRA JUIZ DESEMBARGADOR E TRABALHADOR DA INFÂNCIA
Onde estão elas? Elas que queriam roubar as gargalhadas de Peter Pan E misturar as cores no “graffitti” mais corrosivo da cidade... Elas são um pouco de dia, um tanto de noite, Que buscam, qual nascente, o poente nos olhos dos pais, nas pupilas do Mundo
Conheço-as de perto, tão longe de tudo... São muitas. Nossas. Vossas. Vestem de luz e dor e algumas cicatrizes Defronte das águas felizes Com que se querem limpar das agruras da vida, A mais indecente de todas as obsessões... Infantes. Sem navios para tripular. Sem bússolas. Com uma ânsia de âncora, de vento na face, vermelhusca de tanto “esconde-esconde”, de ternura no prato, servido a toda a hora, de firmeza na ordem dada... São contrabandistas de afecto, Piratas de palmo e meio, Sem bilhete de identidade vitalício, Vítimas dos olhos vendados por quem os não quer ver
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