A cuidar diariamente de uma das populações mais vulneráveis, a equipa do Departamento de Acolhimento e Apoio a Idosos (DAAI) da Fundação CEBI viveu momentos de angústia, preocupação e dificuldade neste período de pandemia. “Esta é uma Casa muito grande”, começou por lembrar a Diretora Matilde Gonçalves, acrescentando que “foi necessário adaptar toda a estrutura a um Plano de Contingência, gerir infor- mação e comportamentos com a Equipa Técnica e Operacional e garantir a revisão e alteração de algumas rotinas, através da implementação de novos procedimentos”. A pressão foi grande. Porque a responsabilidade também é imensa. Para além da adaptabilidade necessária, “a suspensão das visitas dos familiares e do serviço de Centro de Dia foram, sem dúvida, motivos de preocupação acrescida”. Não havia, de facto, outra forma de fazer, até porque a segurança sempre foi a prioridade, mas era necessário garantir que não se perdiam vínculos e referências. “Nada substitui o papel da família na vida dos utentes”, clarificou Matilde Gonçalves, garantindo que “uma videochamada não basta” para atenuar a falta da presença física. Ainda assim, reconhece-se que “os meios tecnológicos foram uma mais valia”, embora tenha sido necessário um reajuste grande nesse sentido. Ana Rodrigues, Assistente Social do DAAI, recordou que estas “não eram ferramentas do dia a dia profissional e, sobretudo, este não era um modelo com que os utentes estivessem familiarizados”. Uma gestão emocional difícil e desafiadora, principalmente “nos quadros demenciais, ou seja, junto de utentes que já não estão orientados nos três principais eixos: o tempo, o espaço e a pessoa”. Dentro do possível, e de forma adaptada às capacida- des cognitivas de cada um, foi “necessário desmistificar o que estava a acontecer, estabelecer pontes e contactos e fazê-los percecionar a mensagem”. A união e profissionalismo dos 80 Colaboradores do Departamento foram essen - ciais para ultrapassar com sucesso os primeiros meses, e mais difíceis, da pan- demia. “Sem exceção, mais do que nunca, sentimos que estávamos todos a trabalhar para o mesmo fim”, explicou a Diretora. “Proporcionar diariamente a melhor prestação de serviços possível aos nossos utentes” foi e será o foco. Claro que, situações extraordinárias requerem medidas e cuidados de exceção. No DAAI não foi diferente – “houve uma pressão colossal a todos os níveis, principalmente junto daqueles que trabalham com Idosos”, admitiu Matilde Gonçalves. Para além dos cuidados redobrados na higienização, passaram a fazer parte da rotina de todos os trabalhadores um conjunto de procedimentos que Matilde Gonçalves acredita que “vão ficar para sempre”. A capacidade de adaptação esteve no centro de todas as decisões e as determinações colocadas em prática ao longo deste período Equipas Técnicas e Operacionais são “ponto de equilíbrio” para Idosos Adotaram-se procedimentos que vão ficar para sempre.
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