Despertar CEBI | Set. 2020 | Sempre na linha da frente

As ações básicas de garantia de segurança pas- saram a fazer parte do novo normal. Ainda que a informação fosse gerida a pouco e pouco, a verdade é que, passo a passo, os cuidados de higiene redobrados e o uso da máscara passaram a fazer parte do dia a dia. A necessidade de manter o distanciamento social é que acabou por ser a orientação mais difícil de cumprir – “estamos a falar de crianças, é quase con - tranatura pedirmos para que não estejam jun- tas”, explicou a Equipa Técnica. Tudo o resto, foi implementado com a ajuda da estrutura de estabilidade que já existia e, claro, “tra- balhado de forma lúdica”. Hoje, tudo “está completamente interiorizado e todos sabem que as regras são essenciais para nos mantermos seguros”. A adaptabilidade foi característica funda- mental durante este processo – “a ideia era sempre implementar, atualizar, rever e fazer melhor”, afirmou a Educadora da Casa de Aco - lhimento. Até porque, acrescenta, “era neces- sário cantarolar a realidade e torná-la numa paleta de cores sem fim, sem nunca deixar de ser sinceros e verdadeiros sobre o que estava a acontecer”. Por isso, para algumas das crianças mais novas, “o Covid é um vírus que não pode estar connosco porque nós não temos a vacina necessária para ele não nos magoar. Ele não nos quer fazer mal, quer apenas saltitar nas nossas mãos, mas ainda não pode”.

A atitude positiva, mesmo durante as adversi- dades, foi transversal a todos os momentos, bem como a transparência na atuação. Posições também adotadas pela estrutura fundacional, essencial para ajudar a responder às necessi- dades emergentes na Casa de Acolhimento. Olga Fonseca não deixou de salientar: “tive que tomar decisões muito difíceis, mas nunca dei- xei de ter apoio da Administração e do Diretor Geral para as sustentar”. Revela que “mesmo na ausência física, houve uma ligação muito inte- ressante entre todos”. O espírito de cooperação, consciência e neces- sidade, associado ao foco na missão da Funda- ção, levaram a colaborações muito estreitas, principalmente para “criar condições para que as crianças continuassem a ter aulas e a manter os horários escolares”. Enquanto os profissio - nais do Colégio José Álvaro Vidal e do Depar - tamento de Sistemas de Informação “forneciam e preparavam todos os materiais e espaços” para transformar a Casa também numa Escola, algumas Ajudantes de Ação Direta do Colégio prontifi - caram-se “para ficar na Casa de Acolhimento, ajudando a manter as rotinas, que são muitas e diversificadas”, explicou Olga Fonseca. Este suporte, aliado à velocidade com que tudo acontecia, obrigou a que não houvesse espaço para o medo. André Ferreira explica: “toda a nossa energia, pensamento e sentimento foram canalizados para a implementação de tudo o que era necessário”. Temem-se, isso sim, “os próximos tempos”, onde se antevê um aumento de necessidade no aco- lhimento. “Espero que não, que esteja muito enganada”, desejou Olga Fonseca, alertando ainda assim para a quantidade de situações que poderão emergir “causadas por disfunções em famílias que estiveram fechadas, no mesmo lar, durante tanto tempo”. Na Casa de Acolhimento da CEBI reforçou-se a importância do afeto. E isso será algo que ficará vincado para o resto dos dias. DC

“Mesmo na ausência física, houve uma ligação muito interessante entre todos”

Toda a energia, pensamento e sentimento foram canalizados para a implementação de tudo o que era necessário. Em tempo recorde.

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