são imediatas e, algumas vezes, as respostas tardavam um pouco mais a chegar – “embora exis - tissem vários serviços públicos sem atendimentos presenciais, nós fomos sempre respondendo às necessidades dos vários processos. Procuramos sempre, sem exceção, ser elementos facili- tadores junto das famílias com quem trabalhamos”.
Um trabalho preventivo com intervenção articulada
O espírito colaborativo dos utentes em tempo de pandemia é espelho de uma intervenção que se constrói previamente junto da Comunidade e que perdura no tempo.
Facilitar não significa, de todo, não trabalhar “na autonomia dos utentes”, mas antes no sentido da ação do que agiliza a relação entre os sistemas de suporte e os beneficiários. Na intervenção articulada, matriz fundamental do DISC, o objetivo passa por “dotar de com- petências as famílias que estão connosco, para que estas possam, daí para a frente, tomar as melhores decisões para a sua vida”. Este trabalho “não é de reparação”. É preventivo e construtivo. Não age “apenas no imediato, naquela hora”. É contínuo. E é nessa continuidade que se refletem os resultados – “as pessoas que temos vindo a apoiar apreenderam, desde a pri - meira hora, as necessidades de segurança e higiene necessárias para continuarmos o trabalho presencial”. Esse espírito colaborativo “foi muito importante” e, de certa forma, “só pode ser o espelho do trabalho diário que construímos junto desta Comunidade”, lembraram Isabel Castanho e Nuno Rocha. A partir daí, a confiança também não se quebra e tudo acaba por se tor - nar “mais fácil do que o esperado”. Para quem continuou na linha da frente do apoio social e psicológico, essa foi a única forma possível para “garantir a proteção de todos”, ainda que seja evidente que os custos inerentes aos Equipamentos de Proteção Individual sejam, “para a maioria destas famílias, difíceis de suportar”. Por isso mesmo, o reforço desta mensagem continua bem presente e com a mesma preocupação – “já depois do confinamento ou do período de Estado de Emergência, exigimos sempre o mesmo rigor no cumprimento dos procedimentos”, sublinharam Mafalda Tomás e Vera Lima. Impor, agora, alguma normalidade é o desafio atual e mais difícil de contornar. A pan - demia “fez-nos ficar ainda mais atentos ao modo como interagimos entre nós, do ponto de vista dos relacionamentos, dos comportamentos e das relações socioafetivas”. Mas “o Ser Humano não foi inventado para se cumprimentar à distância, com uma máscara na cara e com os cotovelos. Não é o modo normal de mantermos as nossas relações e isso tem um peso tremendo na nossa felicidade e estabilidade”. A garantia da proximidade social, distanciada fisicamente, preo - cupa todos os que a consideram “pouco natural”. Um encadeamento difícil de equilibrar, onde as dimensões de coesão, comunicação e clareza de fronteiras são essenciais. DC
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