giram. Mas, hoje é mais certo, a tipologia de Escola que já se vivia na CEBI ajudou, em muito, a ultrapassar a maioria dos desafios que pareciam não ter fim – “a simples aquisi - ção de conteúdos já não era, há muito tempo, o mais importante da Escola que se vivia aqui”. Explicou-o o Diretor Pedagógico do Colégio José Álvaro Vidal, Pedro Oliveira, acrescentando de imediato que “as institui- ções de ensino que funcionavam apenas com aulas expositivas, falharam redondamente” neste período. A gestão flexível do currículo, afirma, “que já trabalhamos com os nossos alu - nos há mais de dois anos, permitiu-nos ter uma gestão menos rígida no trabalho a reali- zar” e, por isso, mesmo neste tempo diferente “houve construção, progresso e desenvolvi- mento” nos estudantes. Seguramente. “Ao nível da aprendizagem, sabemos que muito se centrou na aquisição de competências”, disse o Diretor Pedagógico. E não será isso o mais importante? “Já há mais de 20 anos que, no Colégio José Álvaro Vidal, temos noção que o currículo formal é insuficiente”. O Portu - guês e a Matemática, apesar de muito rele - vantes, não chegam. “A formação de cidadãos implica a aquisição de competências para a vida”. Até porque, na realidade, “ninguém sabe como vão ser as profissões do futuro”.
presenciais levantou, entre outros desafios, um compromisso ainda mais vincado com “o bem- -estar integral do aluno”. Tanto físico como intelectual. “Manter rotinas e criar horários foi muito importante” e, no caso dos estudan- tes do 1.º ciclo ao Ensino Secundário, foi “um dos nossos primeiros focos”. Revelou-o Ana Paulino, Professora no Colégio José Álvaro Vidal, explicando que uma das suas maiores angústias foi “ver alunos que antes passavam muito tempo na Escola, com Atividades de Enri- quecimento Curricular, confinados em casa”. Respondendo às exigências desta transversa- lidade, as Artes, a Música, o Inglês e a Educação Física nunca faltaram nos Planos de Ensino à Distância de “todos os ciclos de ensino”. E isso, para além de diferenciador, foi “sem dúvida uma mais valia”. Entre ses- sões síncronas e assíncronas, os alunos man- tiveram contacto com os Docentes titulares de cada turma ou de cada Disciplina, mas também com os denominados Professores Coadjuvantes – figuras extremamente importantes no apoio e suporte pedagógico. Já na Creche e no Pré-escolar, o ritmo foi distinto. À distância, os Educadores de Infância procuraram respeitar inteiramente as dinâmicas familiares e souberam, desde o primeiro minuto, que o ensino teria que ser articulado. A “relação afetiva” e a centra- lização de objetivos na “criança competente” orientaram as atividades propostas que, como não poderia deixar de ser, foram pensadas para a utilização exclusiva de materiais que “existem em todas as casas”. O desenvolvi- mento saudável, o crescimento pleno e a valo- rização das tarefas diárias direcionaram a descoberta e uma continuação de desenvol- vimento harmonioso, tanto quanto possível. “Foi essencial transmitir aos pais que todas as atividades propostas, por mais simples que se apresentassem, contribuíam para o pro- gresso da criança. Desvalorizam-se muito as tarefas do dia a dia e foi aí mesmo que nós nos focámos”, explicou Ana Isabel Barroso, Educadora na Fundação CEBI, a trabalhar com um grupo da faixa etária dos 2 anos. Se o ritmo de trabalho aplicado a cada valên- cia foi distinto, a preponderância e equilí-
Oferta educativa diferenciada, ritmos distintos. Mas necessariamente o mesmo suporte familiar
Uma Escola só entre os alunos e os Professores é manifestamente insuficiente.
A multiplicidade de experiências sempre foi uma mais valia da Escola da CEBI. Por isso mesmo, a supressão das atividades letivas
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