Despertar CEBI | Set. 2020 | Sempre na linha da frente

brio necessários a nível familiar foram, em todos os testemunhos recebidos, fundamentais. “Criámos elos de confiança muito importan - tes para o futuro”, explicou Pedro Oliveira, quando descrevia a “relação fortificada entre alunos, família e Professores”. A certeza de que “a Escola só entre os alunos e os Profes- sores é insuficiente” foi sempre reforçada nos discursos da Presidente do Conselho de Admi- nistração da Fundação CEBI. Para Ana Maria Lima, “este triângulo é, sem dúvida, funda- mental para o sucesso da Educação”. No entanto, sobre este período singular, Carla Alves, Docente do 1.º ciclo, foi ainda mais longe: “foi extremamente importante o esta- belecimento de uma segurança inabalável entre pais e Professores. Quando os Encarregados de Educação acreditam no nosso trabalho, é muito mais fácil sentirmos confiança na resposta que estamos a dar”.

José Álvaro Vidal, “o apoio dos pais ape - sar de muito importante, poderá não ser sufi - ciente”. Acrescentou, ainda, que “algo que une os Encarregados de Educação e os próprios alunos, é a vontade que todos têm de que tudo volte à normalidade”. Enquanto os Professores se debatiam para “não deixar nenhum estudante para trás”, as famí- lias viveram com receio “de que os seus filhos estivessem a perder uma fase importante da sua vida, no que diz respeito ao contacto e à socialização”. Porque a Escola, enquanto espaço físico que se faz de (muitas) pessoas, permite isso mesmo: “o crescimento pessoal e coletivo e o relacionamento emocional e afetivo com os amigos”. Se, efetivamente, “o modelo virtual não está esgotado e é positivo”, a verdade é que todos são coincidentes na opinião de que este “nunca terá o mesmo potencial do ensino presencial”. A apreensão sobre um ensino exclu- sivamente à distância, ou a eventual hipótese de um modelo híbrido de aprendizagem, é notória entre pais e Professores. Até porque, já sabe- mos, a Escola não se esgota apenas na simples aquisição de conteúdos. E aqui, foi Ana Paulino quem ajudou a esclarecer: “a Escola é aprendi- zagem social, está nas relações, no confronto de ideias, no debate, na dialética”. A Escola é um conjunto de aquisições que exigem presença física. E agora, todos conseguem interiorizar isso muito mais. Em casa, levantaram-se, ainda, outras inquie- tações, relacionadas sobretudo com a desi- gualdade no acesso à Educação. A começar pelo facto de “cada casa ser uma casa e cada família ser uma família”. O acentuar dessas diferenças e a possibilidade da Escola física deixar de ser, ainda que temporariamente, o porto seguro de tantos quanto acolhe, causou muita apreensão e alguma ansiedade. A bar- reira imposta por um ecrã de computador não podia, de todo, fazer emergir uma “figura de Professor que não fosse suficiente para moti - var, ajudar e incentivar”. O receio, prin- cipalmente dos pais, espelhado por Ricardo Reis, era que “nesse período, também os alu- nos pudessem perder a motivação e a capaci- dade de ultrapassar todas estas novas condi- cionantes no seu processo de aprendizagem”.

Professores debatiam-se diariamente para “não deixar nenhum estudante para trás”

A Escola é aprendizagem social, está nas relações, no confronto de ideias, no debate, na dialética.

A exigência do acompanhamento foi “cansativa” e teve, logicamente, um período de “adapta- ção”. O equilíbrio numa casa que, para além de escritório, teve também que ser transfor- mada em Sala de Aula, não foi tarefa fácil. Um desafio que teve de ser gerido quase minuto a minuto. Porém, de acordo com Ricardo Reis, Presidente da Associação de Pais do Colégio

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