Despertar CEBI | Março 2019 | Projetos Transnacionais

O primeiro número de 2019 lava-nos a viajar pelo mundo. Escrevemos sobre transnacionalidade. Desde 2012 que o Colégio José Álvaro Vidal procura novas e diferentes dimensões de ensino e de aprendizagem, com a participação em vários projetos além-fronteiras. Hoje, a Fundação CEBI conta com vários parceiros educativos espalhados por toda a Europa, numa partilha constante de práticas entre profissionais da Educação. Tudo porque educar é saber aprender para poder ensinar.

Trimestral • Ano 37 • Março 2019 • Diretor Nuno Lopes Fundador José Álvaro Vidal • Número 357 • Preço 0,50€

O primeiro número de 2019 leva-nos a viajar pelo mundo. Escrevemos sobre transnacionalidade. Desde 2012 que o Colégio José Álvaro Vidal procura novas e diferentes dimensões de ensino e de aprendizagem, com a participação em vários projetos além-fronteiras. Hoje, a Fundação CEBI conta com vários parceiros educativos espalhados por toda a Europa, numa partilha constante de práticas entre profissionais da Educação.

Tudo porque educar é saber aprender para poder ensinar.

Ilustração pelos alunos do Colégio José Álvaro Vidal

FUTURO O RESERVA-NOS GRANDES DESAFIOS the hold us great future challenges António Castanho Diretor do Colégio José Álvaro Vidal

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O S S S

A participação de professores e edu- cadores em projetos Erasmus+ tem sido importante para reforçar a ideia de pertença ao espaço europeu. São muitas as encruzilhadas que se deparam a famílias, alunos, profes- sores e governos, sobre qual o cami- nho que os sistemas educativos devem seguir. Com o esgotamento da escola que prepara em exclusivo para o mundo do trabalho, há que encontrar consen- sos sobre a escola do futuro. É urgente romper com a lógica da transmissão de saberes, centrada em didáticas espar- tilhadas, organizadas em gavetas e, como tal, faz todo o sentido avançar para a flexibilização de currículos e práticas pedagógicas, centradas nos interesses e características de cada aluno. Existem questões cuja resposta não é imediata nem intuitiva. Como preparar para um mundo do trabalho, que evolui vertiginosamente e que não sabe como integrar, por exemplo, a inteligência artificial nas relações laborais do futuro? Como tornar as escolas espa- ços promotores dos valores democráti- cos e da cidadania europeia? Estes são os principais desafios do Colégio José Álvaro Vidal e vão obri- gar a que todos os seus intervenientes sejam capazes de questionar as suas práticas no sentido da inovação peda- gógica. É neste contexto que se insere a participação nos projetos Erasmus+, constituindo-se como um momento privi- legiado de partilha de práticas entre professores de várias nacionalidades, mas também de visões sobre sistemas educativos. Em boa verdade os desafios que se colocam às nossas escolas são desafios das escolas e das sociedades europeias. Por um lado é fascinante participarmos em processos educativos em profunda mudança mas por outro, esta é uma rea- lidade profundamente inquietante.

The participation of teachers and kin- dergarten teachers in the Erasmus+ pro- jects has been vital when it comes to defining the sense of belonging to the European context. When it comes to choosing the right path for our educational system, families, students, teachers and governments are faced with many crossroads. Our school cannot be only regarded as a mere pre- paration for the world of employment any longer. It is necessary to come to a consensus about the future of school. It is urgent to obliterate the idea of a school used only for transmitting know- ledge, based on constrictive teaching methods, through which information is organised in separate compartments. So, it is only logic to turn the school cur- ricula and teaching methods into some- thing flexible, focused on the interests and characteristics of each student. There are many questions for which the answers are neither immediate, nor intuitive. How do we prepare someone for the world of employment, which evolves at a very fast pace, but still fails to integrate, for example, artificial inte - lligence in work relationships in the future? How to transform schools into places which divulge democratic values and a sense of European citizenship? These are the mains challenges that Colégio Álvaro Vidal must face, and they will force all of us to question our tea- ching practices and drive us to evolve. So, our participation in the Erasmus+ projects can be regarded has a privile- ged moment, not only of sharing teaching methods among teachers from different nationalities, but also visions of seve- ral educational systems. Truth be told, these are the same challenges european schools and societies also face. On the other hand, although it is fasci- nating to be a part of educational pro- cesses that are undergoing deep changes, this reality is also deeply unsettling.

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C O

Goreti David Coordenadora Pedagógica do Colégio José Álvaro Vidal

Nada será tão rico da perspetiva das aprendizagens como estar no terreno, par- ticipar e simplesmente sentir e fazer. Sair da rotina, que nos mata a criativi- dade e nos desgasta os sentidos, fazer de novo, fazer diferente e arriscar. Correr atrás das mudanças, das que são urgentes para nos situar e reposicionar neste universo povoado de pessoas ávidas de serem ouvidas e consideradas em tudo o que as rodeia - os nossos alunos. Pelos nossos alunos e pela dimensão infi - nita da importância daquilo que fazemos, saímos do nosso espaço diário para encon- trar inspiração e conhecimento, parti- lhando-os com outros que têm como nós o supremo privilégio diário de aprender e de ensinar. E partilhar as nossas experiências tira- -nos por vezes segurança mas dá-nos sem- pre perspetiva e é aprendizagem segura. O melhor de nós é a nossa compatibili- dade, a nossa capacidade de nos ler- mos, de nos continuarmos e de, apesar das diferenças que nos separam, nos com- pletarmos e de nos entregarmos como se não houvesse amanhã. E educar é isto de saber aprender, para poder ensinar. De nos colocarmos perante os outros como se os outros fôssemos nós.

The most important thing when learning is to be on the field, to participate and to simply feel and make others feel. To get out of the rut, that kills our creativity, wears our senses down and to make something new, to make a difference and take risks. It is necessary to go after change, particu- larly when it’s urgent to change, so we can redefine our position in a world where people yearn to be heard and seen by everyone and everything that surrounds them – our students. For our students and for the enormous relevance of what we do, we got out of our familiar spaces to find inspi - ration and knowledge and share them with others who, like us, have the immense privilege of learning and tea- ching every day. To share our expe- riences can, at times, take us from our comfort zone, but it also gives us a new outlook and a certainty we will learn. Our best feature is our compatibility, our capacity to know ourselves, to keep going and, despite our differences, to be able to complete one another and to give like there is no tomorrow. And to teach is precisely this: to learn so

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Conhecer o mundo traz-nos clareza, per- mite-nos relativizar e separar o insig- nificante daquilo que é essencial. O processo de entrada nos programas internacionais era já uma inevitabili- dade a avaliar pela nossa alma inquieta e sedenta de conhecimento, de experiên- cias novas e de sede de entrar em novas e diferentes dimensões de ensino e de aprendizagem. Entrámos nesta experiência cheios de expectativas relativamente aos parcei- ros, às escolas, aos sistemas educati- vos, às diferentes cidades e aos dife- rentes países. Posso afirmar com alguma segurança que este movimento de conhecer a realidade dos outros, entrando nas suas rotinas diárias e de permitir aos outros que nos acompanhassem dentro das nossas salas de aula, participando e partilhando o mais autêntico do nosso trabalho, terá sido a mais verdadeira e a mais rica experiência de formação para todos nós. Obrigada. Obrigada Juan pela tua musicalidade, John pela energia, Laura pela tua entrega. Anna por me ajudares a procurar as malas perdidas. Obrigada Nicoleta por nos receberes na nossa primeira expe- riência de Erasmus+. A todos por estarem connosco.

we are able to teach others. To see others as we see ourselves. To know the world brings us clarity and allows us to separate what is insignificant from what is important. Being a part of the international programmes was inevitable because we have restless souls and are eager to learn, to have new experiences and to be a part of different dimensions when it comes to teaching and learning. We came to this new stage filled with expectations about our partners, other schools, other educational systems, other cities and countries. I believe it’s safe to say that knowing other people’s reality, their daily routines and letting others do the same, allowing them to come to our classrooms and thus participating and sharing what is more authentic about what we do every day, must have been the truest and most fulfilling tea - ching experience possible for all of us. Thank you. Thank you, Juan, for your music. Thank you, John, for your energy. Thank you, Laura, for your com- mitment. Thank you, Anna, for helping me with my lost luggage. Thank you, Nicoleta, for welcoming us in our first Erasmus+ experience. Thank you all for being with us.

A L

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O CÉU É O LIMITE

Sandra Freitas, Membro do grupo de coordenação transnacional

Os projetos Internacionais chegaram à CEBI e instalaram-se! Tal como fazem os nossos alu- nos em cada início de ano letivo. Chegaram ao Colégio José Álvaro Vidal para nos ensinar, num somatório de experiências que determinam vontades e expectativas de todos os que neles participam e num espaço dinâmico onde as perguntas motivam para as experiências e os resultados originam respostas. Assente nesta vontade de sermos sempre mais inovadores, integrámos em 2013 o Programa Come- nius com o projeto “ Awesome Children´s Tales ”, que nos levou a viajar pelos contos tra- dicionais, património de cada um dos países participantes. No rescaldo desta experiência, ficou o desejo de lá permanecer. Atualmente a Fundação CEBI conta no âmbito do Programa Erasmus+ com dois projetos concluí- dos: CLEVER ( Children Learn English Very Easily and Rejoyce ), com foco no ensino do Inglês a partir da 1.ª infância e Learn To Play, Play to Learn , sobre a importância do jogo estruturado no processo de ensino-aprendizagem. Até 2020 decorrerá o projeto SPRINT ( School Partnership Realising Integration of New Technologies ), que privilegia o recurso às novas tecnologias, como estratégia de ensino. Todos encheram e ainda enchem o Colégio de palavras mágicas, de práticas diferenciadas, de modelos heterogéneos e de diferenças que nos equilibram, deixando a sublinhado a importân- cia de formar pessoas, mais do que ensinar. Neste caminho de parcerias internacionais, avançamos sem pressa, com ponderação e de sen- tidos despertos, como quem quer crescer até ao céu. Entendemos a tarefa de educar como a mais séria de todas as tarefas, e nela, queremos ser subtis, mas ajudar a construir mentes informadas, humanas, abertas e conscientes, onde se cozinham sonhos e expetactivas. Queremos experimentar o Universo à nossa volta, num mundo que gira para sacudir ideias, mas sem nos deixar tontos! Queremos ter a cabeça repleta de ideias que se unem sem se atrapalharem, numa dose neces- sária de incerteza, na certeza de que a virtude de uma consciência irrequieta nos levará à essência de uma vida criativa e a fronteiras de experiências, como elementos fundamentais na escolha de caminhos e na construçao de projetos de vida.

the sky is the limit

The Erasmus projects have come to our school to stay! The same way our students have. They came to CEBI to teach us and, in a series of experiences that validate the expecta- tions of everyone who participates in them, in a dynamic space where questions lead to new discoveries, which, in their turn, originate new answers. Because we are always willing to be more adventurous, in 2013 we took part in the Comenius Programme with the project Awesome Children’s Tales, that showcased traditional tales, an important part of everyone’s cultural heritage, from each of the participating countries. We wanted to continue working in these projects forever. CEBI Foundation has also been a participant in two Erasmus+ projects: CLEVER (Children Learn English Very Easily and Rejoyce), which focused on teaching English to young lear- ners and Learn To Play, Play to Learn, which highlighted the importance of structured play in the learning-teaching process. Until 2020, we are going to be a part of SPRINT (School Partnership Realising Integration of New Technologies), that focuses on using IT tools in the classroom.

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They fill our school with magic words, with different teaching practices, heterogenous models and different experiences that balance us and underline the importance of training people, more than educate them. And so, in this context of international partnerships, we carefully move forward, without rushing and with our senses alert: the sky is the limit! We know that teaching is the most important of all tasks and in this process, we want to be subtle, but still hope to help build informed, humane, open and conscient minds, where dreams and hopes are born. We want to experience the Universe around us, in a world that keeps spinning, but doesn’t make us dizzy! We want to have a head full of ideas that come together, but do not leave a mess, with a lucid amount of uncertainty, with an ever-searching mind which can take us to the essence of a creative existence, without borders. And thus, we hope to be able to choose the right paths and to build interesting life projects.

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ESCAPE

Numa sociedade em que a tecnologia toma a dianteira no desenvolvimento à escala global, o ensino deve adequar-se e contextualizar-se com as realidades atuais. Deve promover interesse indo ao encontro dos meios reais dos alunos e colocá-los em situações concretas onde estes possam aplicar os conteúdos teóricos trabalhados em aula com um objetivo bem definido, à medida que aprofundam as suas relações intrapessoais e inter - pessoais. Somos maiores quantas mais experiências vividas na primeira pessoa tivermos e não simplesmente contadas por outros. O ensino deve- ria proporcionar isso: vivências novas. Acreditamos que os alunos possam ser co-construtores do conhecimento, numa aprendizagem ativa que utilize recursos formais em atividades lúdico-pedagógicas. A aprendizagem seria mais eficaz e aliciante para o aprendiz, independentemente da sua idade, se o colocássemos em situações concretas. Foi por considerarmos que o conceito de Escape Game reúne todas estas componentes, que optámos por aplicá-lo em contexto escolar no Colégio José Álvaro Vidal, surgindo como proposta lúdico-pedagógica transdisciplinar do projeto Learn to Play and Play to Learn. O Escape Game consiste em convidar um grupo de partici- pantes a ficar restrito a uma determinada área durante um período de tempo exato. Em todas as salas há uma câmara de vigilância com captação de áudio e colunas de som para o operador poder intervir, orientar e ainda colocar músicas ou gravações. O objetivo dos jogadores será escapar antes do tempo terminar. Para superar o desafio, as equipas têm de encontrar objetos, resolver enigmas, decifrar mensagens codificadas e combinar uma série de pistas que permitem regres - sar à liberdade. O necessário para alcançar o sucesso é a capacidade de

resolução de problemas e o trabalho de equipa. Sendo esta uma prática junto dos mais novos, o intuito é adaptar os desafios que compõem o jogo em conteúdos programáticos previstos no plano curricular de cada ano. Enquanto os alu- nos desafiam as suas capacidades à medida que jogam em equipa, também resolvem problemas e interpretam enigmas adaptados aos conteúdos ministrados em sala de aula, de forma a apli- carem esses conhecimentos - aliar a aprendi- zagem formal ao ato de brincar e à capacidade de se relacionarem com os outros. Acreditamos no poder da diversificação de meto - dologias de ensino e aprendizagem.

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GAME Gonçalo Quirino Professor de Teatro

do Colégio José Álvaro Vidal

In a society in which technology takes the lead on a global scale, education must fit in and be contextualised in current realities. Learning must be an interesting process and so it should meet the student’s actual means and put them in concrete situations where they can use theoretical contents, taught in class, with a defined purpose, while they can also strengthen intrapersonal and interpersonal rela- tionships. We grow when we have the opportunity to experience life ourselves rather than just listening about it. Teaching should provide new experiences. We believe that students can be co-constructors of their own knowledge, in an active learning process that uses formal resources in ludic-pedagogic activities. Learning would be more effec- tive and attractive to the learner, regardless of their age, if we put them in concrete situations. It is because we consider that the concept of an Escape Game brings together all these components, that we chose to have this game in our school context, emerging as a transdisci-

plinary play-pedagogical proposal of the Learn to Play and Play to Learn project. The Escape Game consists in inviting a group of participants to be confined to a certain area for an

exact period of time. In all rooms there is a surveillance camera with audio pickup and speakers so that the operator can intervene, guide, play music or recordings. The goal of the players is to escape before the time ends. To overcome the challenge, teams have to find objects, solve puzzles, decipher coded messages and combine a series of clues that

allow them to set themselves free. What is nee- ded to achieve success is problem-solving abi- lity and teamwork. When used with younger stu- dents, the aim is to adapt the challenges that make up the game when it comes to its contents and use those provided in the curriculum of each year. Students challenge their abilities as they play as a team and they also solve problems and interpret puzzles tailored to the classroom’s contents in order to apply that knowledge - to combine formal learning with play and with the ability to relate to others. We believe in the power of diversification of teaching and learning methodologies.

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A escola, em interação com o meio, é um dos locais onde deve ser promovida a formação integral de uma criança. Esta formação é eficaz quando é natural e deve refletir valores matriciais que inspiram e orientam o nosso projeto educativo, autonomia, solidariedade, res- ponsabilidade e democraticidade. Acreditamos que o conhecimento é autoconhecimento e, sendo assim, a aprendizagem é um processo heurístico onde os nossos alunos cons- troem significados a partir da experiência. Para isso é necessário ter uma perspetiva interdisciplinar e holística. Desta forma temos um ambiente enriquecido pedagogicamente na medida em que envolve- mos os nossos alunos em diferentes tomadas de decisão e damos-lhes um papel ativo promovendo, assim, o pensamento crítico, refletido e responsável. É essencial a interdisciplinaridade e consolidação de conceitos e conteúdos sem a compartimentação de saberes para que a aprendizagem seja um processo natural e motivante que prepara os nossos alunos para um mundo global e complexo. Existem várias formas de trabalhar as multiliteracias e o currículo a partir de metodologias ativas. Este ano, na prática pedagógica, o Colégio José Álvaro Vidal utiliza a Aprendizagem Baseada em Pro- jetos, a Aprendizagem Baseada em Problemas e a Gamificação. A Apren - dizagem Baseada em Projetos é um método de ensino no qual os alunos adquirem conhecimentos e capacidades através de uma investigação, resposta a um problema, a uma questão complexa, a um desafio autên - tico e envolvente. Os alunos têm um papel ativo e são responsáveis pela construção do próprio conhecimento. Este tipo de metodologia desenvolve diferentes competências e tipos de comunicação de forma significativa, promovendo a interdisciplinaridade, o pensamento crí - tico, a resolução de problemas, a criatividade, a autonomia e a responsabilidade, desencadeando uma energia contagiante e criativa entre alunos e professores. Por outro lado, a Gamificação é a utilização de técnicas, elementos e mecanismos de um jogo de forma a envolver e motivar os alunos a atingir um objetivo claro e educativo. O aluno tem um papel ativo e colaborativo no seu processo de ensino e aprendizagem. É uma meto- dologia que veio revolucionar as salas de aula tradicionais pois desperta interesse e curiosidade, promove o diálogo e a autonomia e é uma excelente ferramenta para resolver situações problemáticas. Planeamos um futuro melhor quando formamos cidadãos autónomos, cria- tivos, responsáveis, solidários e comprometidos democraticamente. “A generation ago, teachers could expect that what they taught would last their students lifetime. Today, because of rapid economic and social change, schools have to prepare students for jobs that have not been created, technologies that have not been invented and pro- blems that we don’t yet know will arise.” (OECD, 2011, p.7)

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BREVES NOTAS SOBRE O NOSSO TRABALHO QUICK NOTES ABOUT OUR WORK

Polónia Sentimo-nos rodeados pela arte, especialmente pela música e vimos uma escola muito bem organizada. Encontrámos alunos felizes e confortáveis na sua escola.

Eslovénia Nas paredes não encontrámos esquemas complexos e isto significa que os professores estimulam formas espontâneas das crianças se expressarem.

Itália A escola é repleta de felicidade, professores e alunos que sorriem sempre como uma grande família.

Roménia Ficamos profundamente impressionados ao ver a grande família da CEBI. Somente uma organização e uma equipa forte, dedicada e capaz, consegue gerir tudo isso.

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Letónia Assistimos a muitas aulas interessantes - ballet, filosofia, anatomia, botânica, música, teatro, arqueologia...

Turquia O Escape Game foi incrível!

Espanha Os princípios, técnicas e metodologia da escola foram bastante inspiradores e motivacionais, dando-nos uma perspetiva diferente, que nos fez desenvolver a nível pessoal e profissional.

Lituânia A visita a Portugal foi uma excelente oportunidade não apenas para ganhar expe- riência e conhecimento, mas também para conhecer a cultura do país.

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A fase de planeamento de um projeto internacional envolve alguma incerteza e esperança - Será que todos os par- ceiros partilham a mesma visão e nível de empenho? Será que todos os parceiros funcionarão bem como equipa? Quando reu- nimos o grupo de trabalho em 2016, num projeto “AK2”, não tinha ideia de que iriamos encontrar no Colégio José Álvaro Vidal e na Fundação CEBI, um parceiro tão precioso. Desde a nossa primeira visita interna- cional ficou claro que a Fundação CEBI seria um parceiro totalmente empenhado nos projetos e parcerias internacio- nais. Existe um elevado nível de envol- vimento no processo de preparação e de planificação em tudo o que fazem, uma especial atenção aos detalhes, em todos os projetos em que participam e partici- param. São ainda o exemplo de professo- res reflexivos. Valorizam a partilha como forma de melhorar práticas, procurando Existe um enorme espírito criativo na CEBI. Flui desde a Direção, passando pelos professores e espelhando-se no desempenho dos alunos em áreas como a música, a dança ou a expressão plástica. A Fundação CEBI reúne a experiência pro- fissional de diferentes departamentos, que lhe permite comunicar o seu trabalho a um nível que a maioria das escolas pode ape- nas sonhar. A organização e a criativi- dade vividas na instituição revelaram-se uma mais valia durante todo o projeto. A decisão de continuar a desenvolver trabalho de parceria com a CEBI foi fácil. A instituição transporta o pro- jeto para um nível de dedicação e cria- tividade que seria difícil de encontrar em qualquer outra parte. Estou expec- tante para uma próxima visita a Alverca, para redescobrir uma nova experiência na Fundação CEBI! CEBI John Weir, Irlanda Parceiro avidamente aprender através das expe- riências. internacional da CEBI nos projetos Learn to Play and Play to Learn e SPRINT

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John Weir tem 49 anos e é atualmente Diretor Pedagógico da St Mary´s Parish Primary School (SMPPS) em Drogheda, Dublin. Com 30 anos ao serviço da educação, ensina na SMPPS desde 2004. Bacharel em Ciências da Educação e Ciências e Tecnologias da Informação, e mestrado em Artes, tem como experiências mais impactantes o seu percurso internacional durante o qual lecionou dois anos em Roma, Itália, e oito anos em Tóquio, Japão, e finalmente o seu papel como coordenador de projetos no programa Erasmus+.

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I John Weir is 49 years old and he is the Principal of Saint Mary’s Parish Primary School (SMPPS) at Drogheda, Dublin. He has been a part of the educational system for the last 30 years and has been teaching at SMPPS since 2004.

o parceiro perfeito the perfect partner

He has a bachelor’s degree in Educational Sciences and Information Technology, and a master’s degree in Art. His most meaningful international work experiences include having been a teacher for two years in Rome, Italy, and eight years in Tokyo, Japan, and finally his role as a Project Coordinator in the Erasmus+ context.

The planning phase of an interna- tional project can involve a degree of blind hope and trust – do the partners share your vision for the enterprise? Will the team work well together? When we assembled our part- nership for an Erasmus “KA2” project in 2016 I had n o idea of rare gem we had discovered in Colégio José Álvaro Vidal and Fundação CEBI. From our first exchange it was clear that in CEBI we had a partner fully committed to international partner- ships. There is the highest level of preparation and planning in every- thing they do, an incredible atten- tion to detail in their engagement with the projects they are involved in. In addition they exemplify the idea of teachers as reflective prac - titioners. They value feedback and

constantly strive to improve and learn through experience. There exists an immense creative spirit in CEBI. It flows from the administration, the teachers and shines through the students’ music, dance and artwork. CEBI possess the facilities and expertise on staff to produce professional materials and to showcase their work at a level that most schools could only dream of. These facilities and cre- ativity are fully brought to bear in all project work. It was an easy decision to continue to work with CEBI. They bring a level of dedication and creativity to a project that would be hard to find elsewhere. I look forward to another visit to Alverca and to rediscover- ing the ‘CEBI experience’!

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um pequeno mas uma

lugar, grande

CASA small big placebut a HOME a

Juan Valiente Moraleda tem 54 anos e é Diretor Pedagógico do Departamento de Pré-escolar e Ensino Básico da escola Salesianos El Pilar , em Soto del Real, Madrid. Licenciado em Filosofia pela Universidade de Salamanca, reúne uma larga experiência em escolas de toda a Espanha, assim como várias especializações nas áreas da música, artes e novas tecnologias.

Durante diversos anos dinamizou múltiplos projetos na área social na associação Espanhola Mensajeros de la Paz.

Juan Valiente Moraleda has 54 years old and hold the position of Principal of Preschool and Elementary school in Salesianos El Pilar School , Madrid. With a Philosophy degree from the University of Salamanca, taught at various schools throughout the country and received training in various fields, specifically music and art, and many courses in new technology. During many years managed social projects for the association “ Mensajeros de la Paz ”.

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I can still remember the questions running through my mind during our first international meeting: What’s your school like? What kind of students go to your school? Where is it? How do you use new tools and methods? I was given plenty of answers but I still wasn’t about to paint a clear picture of what CEBI was like. After our International Week at Salesianos el Pilar , the once blurry picture became clearer. A great group of great professionals and even better people sha- red their lives with us professionally, personally and on an educational level to a point where I thought that I had to go to Portugal to see it myself. Before I knew it, it was time to visit their school. Upon entering the main entrance of the school, we were received with students who radiated hap- piness on their faces and all of the playground was filled with music and colour. From that moment on everything was a new dis- covery: new methodologies, art and science in every nook and cranny of the school, sports, and neighbourhood assistance (Foster home and health servi- ces.) Wherever we went within the school felt welcoming and each area was very well taken care of. Since then name like Xana, João, Samuel, Goreti, and CEBI were no longer Portuguese names, but rather family with whom we broke bread with at the “table of education”. O tempo passou rápido e quando me dei conta estava na hora de visitar a CEBI. Desde o momento em que entrei no portão principal, fomos recebidos pelos alunos visivel- mente felizes e com todo o espaço da escola repleto de música e de cor. Daí em diante foi tudo uma descoberta: novas metodologias, artes e ciências espalhadas por todos cantos e recantos da escola, o desporto, a área social de acolhimento de crianças e a saúde. Todos os espaços da escola são muito bem cuidados e sentimo- -nos sempre bem recebidos. Desde essa data, a Xana, o João, o Samuel, a Goreti e a CEBI deixaram de ser nomes portugueses e passaram a ser nomes de amigos com quem partilhamos ideias à “mesa da educação”. Ainda me lembro de todas as questões que me ocorre- ram durante o nosso primeiro encon- tro internacional: Como é que seria a vossa escola? Que tipo de estudantes teria? Onde seria? Como é que usariam todas as novas ferramentas e métodos? Ao longo do decorrer do projeto, fui encontrando respostas, mas ainda sem ficar comple - tamente esclarecido de como seria a Fundação CEBI. A seguir ao nosso encontro em Espanha, na escola Salesianos el Pilar , as dúvidas que subsistiam ficaram esclarecidas. Uma grande equipa de excelentes profissionais e ainda melhores pessoas, vieram partilhar connosco as suas experiências e vidas no âmbito profissional, educacional e pessoal. Desde esse momento ficou claro que deveria viajar até Portugal para contatar com esta realidade profissional e pessoal e viver essa experiência.

Juan Valiente, Espanha

Parceiro internacional da CEBI nos projetos Learn to Play and Play to Learn e SPRINT

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Óscar Luis Fernández Calvo nasceu em 1968 em Valladolid (Espanha), onde estudou Filologia Inglesa entre 1987 e 1991. Trabalhou em seis escolas diferentes, estando atualmente no IES Emérita Augusta, onde tem lecionado Inglês desde 2004. Ao longo da sua carreira tem realizado vários intercâmbios internacionais, incluindo a coorde- nação de um Projeto Comenius da União Europeia entre 2013 e 2015. Desde 2011 também leciona Português e em 2012 começou um projeto de correspondência com o Colégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI.

Intercâmbios

Ibéricos

Óscar Luis Fernández Calvo was born in 1968 in Valladolid (Spain), where he studied English Philology between 1987 and 1991. He has worked in six different schools and is currently working at IES Emérida Augusta, where he has been teaching English since 2004. Throughout his career he has participated in several international school exchanges, and was a coordinator in a Comenius project for the European Union between 2013 and 2015. Since 2011 he has been teaching Portuguese and, in 2012, he started a correspondence project with Colégio José Álvaro Vidal (CEBI Foundation).

Quando, no outono de 2012, Sofia Mon - teiro, professora do Colégio José Álvaro Vidal, me contactou para a realização de um intercâmbio escolar, não tive dúvi- das em aceitar. Depois de quase trinta anos dedicado ao ensino de idiomas, sei que alguns dias de convivência com alu- nos de outro país podem ser mais provei- tosos do que meses de aulas. O nosso projeto não iria ser um inter- câmbio normal (por razões que não vou enumerar agora), as estadias em cada país não iriam ser muito prolongadas, somente dois dias, nem ficaríamos alo - jados em casa de famílias, e, ainda assim, os benefícios seriam inegáveis. Começámos por colocar em contacto os respetivos alunos, tanto através do correio convencional, como por meio

das novas tecnologias - correio ele- trónico, um grupo privado na rede social Facebook e através de videocon- ferência. Isto serviu para começarmos a conhecer-nos e preparar as viagens. Mas não só para isso. Que melhor ajuda, na aprendizagem de um idioma, que ter à mão um amigo a quem perguntar uma dúvida? O facto de ter alguém “do outro lado”, a ouvir, faz com que o interesse dos alunos pela aprendizagem cresça de forma exponen- cial. Já não é algo teórico, que está nos livros, que não temos ocasião de pôr em prática num contexto real. Agora tudo fazia muito mais sentido. Depois chegaram as viagens, ver-nos imersos numa cultura diferente, com horários diferentes, comida diferente…

Óscar Calvo, Espanha

Projeto de Intercâmbio Luso-Espanhol entre o Colégio José Álvaro Vidal e a Escola IES

Emérita Augusta, Mérida, Espanha

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sempre são verdadeiros e, claro, também se criaram vínculos pessoais. A experiência diz-me que o êxito de um intercâmbio se mede pelo número de abraços que se dão no dia da despedida e pelo volume de lágrimas que se ver- tem ao dizer “até à vista”. Naquele ano houve muitos abraços e muitas lágrimas. Conclusão? Já repetimos a experiência há sete anos e com vontade de continuar por muitos mais. Graças àquela mensagem no outono de 2012…

Sempre me surpreendeu o quão diferentes somos espanhóis e portugueses, mesmo vivendo tão perto! Tudo isto fomentava os aspetos extralinguísticos de um intercâmbio, quiçá, mais importantes que a mera aprendizagem do idioma. Os alunos tinham de desenvolver a sua res- ponsabilidade, a capacidade de desem- baraçar-se por si próprios longe da família, aprendendo a ser flexíveis, a aceitar as diferenças, a ser mais tole- rantes, vendo que os estereótipos nem

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HELLO OLÁ

We like to have you here Gostamos de vos ter aqui We like to share

Gostamos de partilhar We like new experiences Gostamos de novas experiências More knowledge Mais conhecimento We like tight hugs Gostamos de abraços apertados

We like to go but we love to come back Gostamos de partir mas adoramos voltar

It’s good to know you with open mind and heart É bom conhecer-vos de mente e coração abertos

We like to take risks Gostamos de arriscar

We like to know that are so many but many more on different countries Gostamos de saber que são tantos, mas muitos mais em diferentes países We like to break rules and we are not afraid to make mistakes Gostamos de quebrar as regras e não temos medo de errar We stand by the right to be different Defendemos o direito à diferença

We like to listen stories every single day Gostamos de ouvir histórias todos os dias We like to count falling stars Gostamos de contar estrelas cadentes We like to rule our own dreams Gostamos de comandar os nossos próprios sonhos

We like to study philosophy Gostamos de estudar filosofia We like to paint with our hand and feet Gostamos de pintar com as nossas mãos e pés We like to believe that our imagination has no limits Gostamos de acreditar que a nossa imaginação não tem limites We love freedom

Gostamos de liberdade We stand for freedom Defendemos a liberdade

We stand for everyone’s freedom Defendemos a liberdade de todos We are inspired by the birds and their flights, daily reinvented

Somos inspirados pelos pássaros e pelo seu voo, que todos os dias é reinventado We like to have new experiences that awake every sense and heightens them Gostamos de ter novas experiências, que acordem e intensifiquem todos os nossos sentidos We like to meet you Gostamos de vos conhecer We want to see more of the world Queremos ver mais do mundo

Mensagem de boas-vindas aos parceiros transnacionais Welcome message to transnational partners

Propriedade CEBI - Fundação para o Desenvolvimento Comunitário de Alverca

Morada do Proprietário Quinta de Santa Maria, Rua Maria Eduarda

Segura de Faria, nº2, 2615-354 Alverca do Ribatejo Pessoa Coletiva 503 738 506 Editor Fundação CEBI Morada do Editor Quinta de Santa Maria,

Rua Maria Eduarda Segura de Faria, nº2, 2615-354 Alverca do Ribatejo Administração Ana Maria Lima (Presidente), Mónica Isabel Oliveira Vidal,

Fundador José Álvaro Vidal

Diretor Nuno Lopes

Conselho

Daniel António Torres Milheiras, Fernando Pedro Moutinho, Maria de Fátima Antunes

Editorial Ana Maria Lima, António Castanho, Honório Vieira, Isabel Castanho, Manuela Amaral, Matilde Gonçalves, Nuno Rocha, Olga Fonseca,

Colaboração Permanente Sara Cabral

Sede de Redação Quinta de Santa Maria, Rua Maria Eduarda Segura de Faria, nº2 2615-354

Teresa Rodrigues

Publicidade e Secretariado Lurdes Farinha

Grafismo e Paginação Pedro Mateus

Impressão SOARTES - Artes Gráficas, LDA

Alverca do Ribatejo

Tiragem 3.500 exemplares

Registo de Imprensa 108323

Depósito Legal

Morada do Impressor Carregado Park - Fracção J, 2580-512 Carregado

Estatuto Editorial www.fcebi.org/estatuto-editorial-despertar-cebi

Contactos Tel. 219 589 130 imagem@fcebi.org www.fcebi.org

7842/90

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