A Intervenção Comunitária potencia práticas de inclusão, não res- pondendo somente às necessidades de sobrevivência, mas, sobretudo, a valores comunitários, como a cooperação, cogestão, coparticipa- ção, comunicação, solidariedade e participação. Quando colocamos a “lupa” na Comunidade deve prevalecer um duplo olhar: as tradições comunitárias e as realidades sociais configura - das por grupos identitários em contacto intercultural. O objeto da intervenção prende-se com a organização da Comunidade para o exercício da cidadania, bem como para a melhoria da qua- lidade de vida dessa mesma Comunidade. O exercício da cidadania exige intervir “com” e não “para”, pelo que os grupos e pessoas devem participar de forma consciente, livre e responsável no seu desenvolvimento. A melhoria da qualidade de vida encontra-se diretamente ligada aos valores comunitários: como o associativismo, a participação cidadã, o voluntariado, o valor da cultura popular, a recupera- ção dos espaços e usos comunitários e a conservação do ambiente (físico-natural, histórico e social). A riqueza desta intervenção centra-se na promoção das pessoas como marco global do território, potenciando a democracia cultural como superação da democratização da cultura, para chegar à emancipação coletiva e à mudança social desejada. Assim, a Intervenção Comu- nitária fundamenta-se no reconhecimento da diversidade cultural, na economia popular, na multiculturalidade, no desenvolvimento da autonomia das pessoas, grupos e instituições e na promoção da cidadania. Com esta intervenção pretende-se que o ser humano vivencie a par- ticipação na Comunidade, a equidade nos benefícios do crescimento económico, a promoção de políticas orientadas para o respeito ao pluralismo, a diversidade e os Direitos Humanos, na construção de um ambiente de paz, liberdade, estabilidade e segurança, como núcleo do desenvolvimento social.
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