MARÇO | EMERGÊNCIA SOCIAL
tes, coordenadas e que sejam fruto de uma governação verdadeiramente integrada”, explicou. “Já testemunhei casos de mulhe- res que me confessaram que na visita con- jugal tinham sido violadas”, confessou. “As crianças e jovens são os mais vigi- lantes nos crimes de Violência Doméstica. São os primeiros a esperar o momento certo para socorrer os pais. São eles que sabem quando o gatilho vai despoletar. E, por isto tudo, deviam ser os primeiros a ser ouvidos”. “TODOS SEREMOS POUCOS PARA RESOLVER ESTE PROBLEMA!” Primeiramente a escutar e, depois, a par- ticipar, juntaram-se quase quatro dezenas de pessoas na Tertúlia, das mais distintas áreas de atuação. Ana Maria Lima, Pre- sidente do Conselho de Administração da Fundação CEBI, partilhou com os presentes que “poderemos sempre estar mais alerta, ser mais humanos e ficar mais despertos para a necessidade de atuação”. Sobre a
prevenção, Daniel Cotrim defendeu que “é possível educar”, trabalhando áreas cur- riculares tão distintas como “a inteli- gência emocional, a igualdade de género ou os comportamentos relacionais saudáveis”. Mas, nesta matéria, “ainda investimos muito pouco ou nada”, desabafou. Sendo um problema social grave, em que urge a implementação efetiva de medidas de prevenção, de proteção e de punição, há que não ter medo de levantar o véu e de interromper um processo que, iniciando- -se, por si só, não terminará. Quanto mais se falar sobre violência, menos doméstica ela será. E, por isso mesmo, a reflexão proporcionada pela Casa de Acolhimento Residencial da CEBI “transforma Comuni- dades”. Certo de que “temos os mecanismos legais necessários para conseguir com- bater, com sucesso, esta problemática”, Daniel Cotrim apontou duas carências: “a falta de um planeamento estratégico – que previna, ao invés de remediar – e o com- promisso de um trabalho sistémico”.
5 DOMÉSTICA?
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