Despertar CEBI | 2023 em retrospetiva

Durante a tarde, o Painel “Desenvolvimento Social e Sustentável” foi moderado pela jornalista Conceição Lino, que partilhou que enquanto “natural desta terra [de Alverca do Ribatejo], tenho assistido ao crescimento da Fundação CEBI e às suas ambições e concretizações”. O painel foi iniciado com a participação de Patrícia Rocha, Diretora Executiva da Fundação Manuel Violante, que, através do tema “Governança colaborativa e Polí- ticas Sociais: conciliação e responsabilidade nas orga- nizações”, destacou que “quando falamos em desafios sociais, temos de ter em consideração que são cada vez mais complexos”. "[Os desafios sociais] desenvolvem-se a uma veloci- dade cada vez maior e os desafios que tínhamos há uma década não são os que enfrentamos agora. Quando as políticas sociais são pensadas para resolver um pro- blema social complexo, é importante que sejam pen- sadas de uma maneira e é aí que entra a governação No painel da tarde, esteve também presente António Fonseca, docente na Universidade Católica, que levan- tou a questão de um “não problema, mas sim uma vir- tude”: o envelhecimento. De acordo com o especialista, a sociedade cria ima- gens paternalistas em relação a uma pessoa em idade sénior, enquanto a vê como “um repositório do saber”. No entanto, ainda que, na investigação, se fale cada vez menos de “envelhecimento” e mais de “longevidade”, uma vez que o último termo aborda o que acontece às colaborativa" Patrícia Rocha

pessoas em toda a sua vida, António Fonseca referiu que ainda há uma tendência persistente na sociedade portuguesa: pensar que há uma idade para determi- nado tipo de função. "Se olharmos para o nosso Parlamento, vimos que este não representa Portugal do ponto vista etário. Para o fazer, um quarto dos deputados tinha de ter mais de 75 anos. Neste momento, são nove [os deputados com Por fim, Paulo Pires do Vale, Comissário do Plano Nacio- nal das Artes, fez uso da palavra e abordou o tema “Edu- cação e Cultura”, trazendo consigo uma questão: “Como é que as instituições culturais e instituições educativas poderão ser o lugar da democracia cultural?”. Aludindo à ideia de que é necessário reconhecer a Edu- cação como “o acender de uma chama”, Paulo Pires do Vale explicou que “os jovens não são o futuro, são o pre- sente” e que é urgente que o sistema educativo portu- guês não percecione os alunos como um copo que tem de ser cheio, mas que seja o acender de uma chama. "Podemos dançar, podemos cantar, podemos fazê-lo sem outro propósito que não o puro prazer. Sophia de Mello Breyner disse que a cultura não serve para enfei- tar a vida, mas para a transformar. Ou seja, tornando-a mais sustentável à procura de mais alegria (...) É isso que faz um grande filme, um grande livro... Dá a cada um possibilidades que no início não sabia que tinha e isso permitirá a cada um ser aquilo que é" Paulo Pires do Vale mais de 75 anos]" António Fonseca

Da esquerda para a direita: Conceição Lino, Patrícia Rocha, António Fonseca e Paulo Pires do Vale

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